Pó, só o pó
a misturar com todas as impurezas
e com sorte sumir definitivamente
em meio a terra
seu meio fundante
enquanto sólido
desejo fecundo
quando remexido pelas larvas
e tornando-se novo
o solo
já basta!
porém até ele
são várias camadas
e cascas
o pó deixa marcas
perde-se assim;
o invisível
o indizível
sólida visão do fim.
Mariana Zanetic - roupa do vazio - poema - setembro de 2010
( visitem o blog: velhosnovospapeis.blogspot.com )
28/09/2010
26/09/2010
21/09/2010
(apanharam-nos no ninho, quando nossos olhos sequer tinham se aberto. Colocaram-nos em gaiolas, e disseram: "agora esse é o céu". E foram dormir, achando que tinham nos calado. Mas a manhã veio e o cantar despertou dentro de nossos pequenos peitos amarelos. Eles não queriam acreditar naquilo. Cortaram nossas asas. Com toda a crueldade possível, cortaram nossas asas. E foram dormir, achando que tinham nos calado. Mas a manhã veio e o cantar despertou dentro de nossos pequenos peitos amarelos. Agora sim, tínhamos comprado briga com eles. Arrancaram nossas penas, furaram nossos olhos, nos deixaram sem água e comida. Foram dormir. A manhã veio e o cantar despertou dentro de nossos pequenos peitos amarelos. Eles nos mataram e jogaram nossos corpos em meio aos ratos. Foram dormir, achando que tinham nos calado. Mas a manhã veio e o cantar despertou, agora de dentro de um céu vermelho vivo, em brasa.
Murilo Hildebrand de Abreu
Murilo Hildebrand de Abreu
17/09/2010
sobras
narro a sobra
que esqueceste - propositalmente -
de teu corpo
sobre mim
um gato,
uma fuligem
sinais de adeus
Mariana Campos
http://buhobranca.blogspot.com/
narro a sobra
que esqueceste - propositalmente -
de teu corpo
sobre mim
um gato,
uma fuligem
sinais de adeus
Mariana Campos
http://buhobranca.blogspot.com/
06/09/2010
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